Inaugurado em 18 de setembro de 1992, o teleférico de Brusque foi um dos maiores símbolos do turismo local por décadas. Com 578 metros de extensão, o equipamento ligava dois pontos estratégicos da cidade: o Parque Zoobotânico e o Parque Leopoldo Moritz. A travessia, feita em cadeiras suspensas por cabos de aço, durava cerca de 13 minutos e oferecia uma vista privilegiada da mata atlântica brusquense.
O projeto foi idealizado por Leonardo Loos, com a estrutura fabricada pelas empresas Montálica – Estruturas Metálicas e Loos Máquinas e Equipamentos. O teleférico contava com 25 cadeiras duplas e 13 simples, totalizando capacidade para até 63 pessoas por vez.
Primeiras paralisações e o abandono
Apesar do sucesso inicial, com o passar dos anos o equipamento enfrentou problemas de manutenção. Entre paralisações e reativações, o sistema começou a apresentar sinais de desgaste estrutural e ficou inativo por longos períodos. A falta de investimentos e a ausência de um plano de gestão contínua colocaram em risco a segurança dos usuários, o que levou à sua interdição em diversos momentos.
A reforma e reinauguração em 2014
Em 2014, após dois anos e meio de obras, o teleférico foi reformado e reinaugurado com diversas melhorias. Entre as principais mudanças estavam:
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Novas travas de segurança nas cadeiras, semelhantes às utilizadas em montanhas-russas;
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Substituição total do sistema elétrico, com circuitos modernos e dispositivos de proteção contra falhas;
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Manutenção completa da estrutura metálica, além de renovação de peças e pintura.
A expectativa da prefeitura na época era aumentar em até 35% a visitação do Parque Zoobotânico, apostando no equipamento como principal atrativo turístico da cidade.
O fim definitivo: desativação em 2016 e remoção
Apesar da revitalização, o teleférico voltou a ser desativado em março de 2016, após o Ministério Público apontar falhas de segurança que inviabilizavam seu funcionamento. Desde então, o equipamento nunca mais voltou a operar.
Em 2020, os cabos foram removidos. As torres permaneceram erguidas por mais alguns anos, até que em 2024, a prefeitura autorizou a remoção completa da estrutura a pedido da empresa responsável pela construção do Shopping Center Brusque. O motivo: os cabos e parte das bases invadiam a área da futura obra, impossibilitando o avanço dos trabalhos.
Resta a lembrança — e talvez um chinelo perdido
Hoje, o que restou do teleférico são apenas memórias. Alguns vestígios das antigas bases ainda resistem no terreno, cobertos pela vegetação. A estrutura que um dia ergueu sonhos e passeios agora é apenas saudade entre as árvores.
Como brinca um morador nas redes:
🗨️ “Nunca foi registrado um número tão grande de chinelos perdidos como no tempo do teleférico.”
Você lembra?
Você chegou a andar no teleférico? Perdeu um Havaianas por lá? Compartilhe sua lembrança com os amigos. Porque, em Brusque, até o que foi embora… ainda mora na história.