Do auge ao mato: o que restou da pista de kart de Brusque!

jul
06
2025
Curiosidades

por: bqmilgrau

Brusque já foi um dos principais polos do kartismo em Santa Catarina. Com início modesto nas décadas de 1960 e 1970, a cidade viveu uma verdadeira era de ouro no esporte motorizado nos anos 90, com corridas populares, grandes campeonatos e uma pista que era referência em estrutura e organização. Hoje, o cenário é outro: a antiga pista está desativada, coberta por mato e pedaços de asfalto — um retrato do abandono.

As primeiras voltas: improviso e paixão

O kartismo brusquense começou em 1966, quando José Carlos Loos, conhecido como Juca Loos, trouxe um kart modelo Rois-Kart de São Paulo. Na época, as corridas aconteciam em pistas improvisadas, como o campo da Sociedade Bandeirante e ruas da cidade.

Ao longo da década de 1970, a modalidade foi se estruturando. Pilotos locais começaram a competir em outras cidades do estado, e a prática foi ganhando espaço entre os apaixonados por velocidade.

A fundação do Automóvel Kart Clube de Brusque

Em 13 de maio de 1983, o entusiasmo pelo esporte levou à fundação do Automóvel Kart Clube de Brusque (AKCB), formalizando a atividade na cidade. O clube organizava eventos e atraía novos pilotos, o que aumentava o interesse da população e a demanda por uma pista adequada.

O auge: anos 90 e a pista da Fenarreco

O ponto alto do kart em Brusque veio na década de 1990. As corridas atraíam multidões, especialmente na avenida Beira Rio, onde eventos eram organizados com estrutura e segurança. Foi nesse período, mais precisamente em 1996, que a cidade inaugurou sua primeira pista oficial, ao lado do pavilhão da Fenarreco.

O kartódromo sediou provas importantes, como etapas do campeonato estadual, torneios internos e até treinamentos da Polícia Militar. Também era utilizado por ciclistas e escolas. Era mais do que um circuito: era um espaço esportivo, recreativo e de formação.

Freio de mão puxado: o encerramento em 2017

Apesar de todo o sucesso, a trajetória da pista teve um fim abrupto em 2017. A estrutura estava localizada em um terreno pertencente à família Hoffmann, cuja posse havia sido apropriada de forma irregular pela prefeitura em gestões anteriores. Após disputas legais, a área teve que ser devolvida aos proprietários, levando à desativação total da pista.

Desde então, o espaço está abandonado. Onde antes havia ronco de motores e bandeiras quadriculadas, hoje há apenas mato alto e restos de asfalto.

O futuro: um novo kartódromo no horizonte

O Automóvel Kart Clube de Brusque não desistiu. Com o apoio da comunidade, o clube lançou o projeto para um novo kartódromo internacional no Complexo Chico Wehmuth, bairro Bateas. O projeto prevê pista de 1.600 metros, boxes, arquibancadas, academia, restaurante e infraestrutura completa para atrair eventos regionais e nacionais.

Hoje, o clube está em busca de recursos, através de projetos, mas que há uma grande dificuldade devido ao alto custo para a construção da nova pista. Por não ter mais uma pista no município, os atletas da região são obrigados a se deslocarem para outras cidades para treinar.

A história do kart em Brusque é feita de paixão, superação e retomada. O passado deixou marcas profundas e saudosas, mas o futuro ainda pode acelerar — com estrutura, incentivo e o apoio de quem acredita que a cidade merece voltar ao circuito.

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